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22/03/2021

Achegas para a história Mouranense (História e memórias das Festas Pascais)

 

Achegas para a história Mouranense

PASSOS DO SENHOR












A génese da cristandade Mouranense remonta a data anterior a sua integração na nacionalidade portuguesa, quando do seu repovoamento cristão pela ordem dos Hospitalários (1226).

Mourão é um concelho de antigas e fortes tradições religiosas. O testemunho material desta religiosidade não se encontra apenas na quantidade de igrejas e capelas, mas também em alguns nichos de cariz religioso existentes nas ruas históricas da vila, denominados “Passos do Senhor”. Estes pequenos nichos nas paredes estão diretamente vinculados às cerimónias da Semana Santa e à Procissão do Senhor dos Passos e foram construídos por iniciativa da Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos,(irmãos da misericórdia) num período de forte impulso político/religioso dominado pelos fidalgos da terra, cavaleiros da Ordem de Cristo, e também Familiares do Santo ofício, interessados no restauro do prestígio, e recuperação da influência e poder da igreja nesta região fronteiriça sob o seu domínio. Sem esquecer os graves problemas que amarguraram a vida do povo (pestes, epidemias, guerras, crises religiosas, etc.), a celebração do mistério pascal, constitui ainda hoje o cerne do culto religioso do cristão Mouranense.

Segundo a doutrina firmemente transmitida pela Igreja, a Páscoa começa na quarta-feira de Cinzas, quando se inicia a Quaresma; esta dura quarenta dias, os quais são destinados à penitência, oração, jejum e, principalmente, conversão.

As antigas tradições, em Mourão, durante a Quaresma, não são proferidas "aleluias" e não se come carne (a não ser que se pague a gula).

Na zona histórica da vila existem ainda quatro nichos, havendo um datado de 1669.

De acordo com a inscrição na Rua do Benquerer existem 7 Passos: Rua do Benquerer, Ermida de N- Srª dos Remédios, Rua Joaquim José Vasconcelos Gusmão, Rua Dr. Libânio Esquível e Rua Machado dos Santos. Os do Pretório e do Calvário situam-se nas Igrejas de S. Francisco e da Misericórdia. Estes nichos na sexta-feira Santa, são enfeitados pela população com rosas e flores, folhas de palmeira, e rosmaninho e no seu interior eram colocados quadros pintados a óleo representando os passos e o sofrimento de Cristo a caminho calvário, sendo os mesmos retirados e guardados no final da procissão do senhor dos Passos.

Atualmente, estes nichos encontram-se enriquecidos de forma permanente com a aplicação de painéis de azulejos da autoria do Mouranense artista cerâmico António Palmira.

"Texto: FRANCISCO CAPELAS"

"Fotos: Net- Google Heart"






PROCISSÔES DA PÁSCOA

Procissões (Domingo de Ramos e Enterro do Senhor na 6ª feira Santa)

O Domingo de Ramos abre solenemente a Semana Santa. Em Mourão, nesse dia de manhã os fiéis dirigem-se para a Igreja Matriz com raminhos na mão para serem benzidos e à tarde realiza-se a Procissão da Via Sacra e Crucificação de Cristo.

Na noite da sexta-feira Santa ou sexta-feira da Paixão realiza-se a Procissão do Enterro do Senhor.

Ambas as procissões saem da Igreja da Misericórdia num percurso que passa e para nas 5 estações do Passo do Senhor. No domingo de Ramos os Passos estão adornados com alfaias de veneração para a Procissão da Via Sacra e da Crucificação. No dia da Procissão do Enterro do Senhor, realizada na 6.ª feira Santa à noite, apesar de não se apresentarem adornados, são locais de paragem da procissão, frente aos quais a Boa Mulher e as três Marias entoam os seus cânticos em latim.

Modestas estações da venerável Irmandade do Senhor dos Passos, construídas em xisto nos finais do século XVII, após os sacrifícios impostos pela Guerra da Independência. Distribuem-se segundo o itinerário tradicional da procissão realizada anualmente.

"Quem passou pelo rosmaninho e não cheirou, da Paixão de Jesus Cristo não se lembrou".

"Compilado de: Junta de Freguesia de Mourão"






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