Achegas para a
história Mouranense
PASSOS DO SENHOR


A génese da cristandade Mouranense remonta a data anterior a sua integração na nacionalidade portuguesa, quando do seu repovoamento cristão pela ordem dos Hospitalários (1226).
Mourão
é um concelho de antigas e fortes tradições religiosas. O testemunho material
desta religiosidade não se encontra apenas na quantidade de igrejas e capelas,
mas também em alguns nichos de cariz religioso existentes nas ruas históricas
da vila, denominados “Passos do Senhor”. Estes pequenos nichos nas paredes
estão diretamente vinculados às cerimónias da Semana Santa e à Procissão do
Senhor dos Passos e foram construídos por iniciativa da Irmandade do Senhor Bom
Jesus dos Passos,(irmãos da misericórdia) num período de forte impulso
político/religioso dominado pelos fidalgos da terra, cavaleiros da Ordem de
Cristo, e também Familiares do Santo ofício, interessados no restauro do prestígio, e recuperação da influência e poder da igreja nesta região
fronteiriça sob o seu domínio. Sem esquecer os graves problemas que amarguraram
a vida do povo (pestes, epidemias, guerras, crises religiosas, etc.), a
celebração do mistério pascal, constitui ainda hoje o cerne do culto religioso
do cristão Mouranense.
Segundo
a doutrina firmemente transmitida pela Igreja, a Páscoa começa na quarta-feira
de Cinzas, quando se inicia a Quaresma; esta dura quarenta dias, os quais são
destinados à penitência, oração, jejum e, principalmente, conversão.
As
antigas tradições, em Mourão, durante a Quaresma, não são proferidas
"aleluias" e não se come carne (a não ser que se pague a gula).
Na
zona histórica da vila existem ainda quatro nichos, havendo um datado de 1669.
De
acordo com a inscrição na Rua do Benquerer existem 7 Passos: Rua do Benquerer,
Ermida de N- Srª dos Remédios, Rua Joaquim José Vasconcelos Gusmão, Rua Dr.
Libânio Esquível e Rua Machado dos Santos. Os do Pretório e do Calvário situam-se
nas Igrejas de S. Francisco e da Misericórdia. Estes nichos na sexta-feira
Santa, são enfeitados pela população com rosas e flores, folhas de palmeira,
e rosmaninho e no seu interior eram colocados quadros pintados a óleo
representando os passos e o sofrimento de Cristo a caminho calvário, sendo os
mesmos retirados e guardados no final da procissão do senhor dos Passos.
Atualmente,
estes nichos encontram-se enriquecidos de forma permanente com a aplicação de
painéis de azulejos da autoria do Mouranense artista cerâmico António Palmira.
"Texto:
FRANCISCO CAPELAS"
"Fotos:
Net- Google Heart"
PROCISSÔES DA PÁSCOA
Procissões (Domingo de Ramos e Enterro
do Senhor na 6ª feira Santa)
Na
noite da sexta-feira Santa ou sexta-feira da Paixão realiza-se a Procissão do
Enterro do Senhor.
Ambas
as procissões saem da Igreja da Misericórdia num percurso que passa e para nas
5 estações do Passo do Senhor. No domingo de Ramos os Passos estão adornados
com alfaias de veneração para a Procissão da Via Sacra e da Crucificação. No
dia da Procissão do Enterro do Senhor, realizada na 6.ª feira Santa à noite,
apesar de não se apresentarem adornados, são locais de paragem da procissão,
frente aos quais a Boa Mulher e as três Marias entoam os seus cânticos em
latim.
Modestas estações da venerável Irmandade do Senhor dos Passos, construídas em xisto nos finais do século XVII, após os sacrifícios impostos pela Guerra da Independência. Distribuem-se segundo o itinerário tradicional da procissão realizada anualmente.
"Quem
passou pelo rosmaninho e não cheirou, da Paixão de Jesus Cristo não se
lembrou".
"Compilado de: Junta de Freguesia de Mourão"
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