ACHEGAS PARA A HISTÓRIA DE MOURÂO
OS BRASÕES NA PRAÇA
Um dos mais ilustres mouranenses do seu tempo foi o Dr. João Limpo Pimentel Pereira de Lacerda. Nasceu em mourão, e faleceu em Évora a 15 de junho de 1823. Foi Cavaleiro da ordem de cristo, licenciado em direito canónico pela universidade de Coimbra, prior da paróquia de S. Pedro, de Évora, secretário do arcebispo D. Joaquim Xavier Botelho de Lima, desembargador da relação eclesiástica; deputado da inquisição de Évora; provisor da comenda de Montoito, e arcediago de oriola na sé de Évora, etc. Sabe-se que, era promotor da inquisição de Évora, quando este tribunal se extinguiu em 1821.
Sabe-se que escreveu o mapa histórico militar, político e moral da cidade de Évora, ou exata narração do terrível assalto que á mesma cidade deu o general Loison com um exército de nove mil homens, em o fatal dia 29 de julho de 1808, por um amigo de Deus e dos homens; tem duas estampas; 2 volumes, Lisboa, 1814; memória em defesa do clero eborense, contra um artigo impresso no investigador português, que também saiu sem o nome do autor.
A casa com o número 10 da Praça da republica , em cuja fachada figura o brasão , pertenceu ao Dr. João Limpo Pimentel Pereira de Lacerda que, após ser nomeado cónego e habitar a mesma, foi intitulada: “O Paço de Mourão”.(1)´
Acredita-se que terá sido o dono dos olivais de São Pedro em Mourão,num periodo de paz e progresso e riqueza , onde terá mandado construir a capela conhecida como São Pedro dos Olivais, Santo ainda hoje festejado pelos mouranenses na habitual romaria de segunda feira de páscoa.
-Brasão de armas de fé-(2)
ornamentado com capelo, cordões e borlas em numero de 6 dispostas três por parte em duas ordens 1e2.
Materia: marmore, assente em cartela decorativa
época: século XVII/ renascença
família:
construção: habitação
localização:Praça da republica, vila de Mourão
conservação: muito bom estado
classificação heráldica: Brasão de cónego canónico
escudo: Oval de fantasia
formato: esquarterlado
Leitura: I –M endes; II - Alcoforado ; III - Limpo ;IV - Pimentel
Diferença.Brica carregada de trifólio
Texto: Francisco Capelas
Fonte:
(1)-Net-Portal da História
(2)- Estudo preliminar – Francisco Capelas
OS BRASÕES NA PRAÇA
Um dos ilustres moradores na vila de Mourão foi o Dr. João António Inácio de Abreu Sousa Guião, cavaleiro fidalgo da casa real, Professo da ordem de Cristo, desembargador e juiz de fora de Olivença, ouvidor de Beja, ouvidor e provedor de Ourique;ouvidor letrado da Ordem de São Tiago e juiz na cidade de Évora, casado com Genoveva Leocádia Botelho Moniz. Filha do Sargento Mor Manuel Rosado Alves.
Era filho de Manuel José Guião e Apolónia Calado Guião naturais da freguesia de Nossa Senhora da Caridade, termo da vila de Monsaraz , neto paterno do capitão Manuel da Rosa Balça e Abreu , natural da freguesia da Caridade, termo de Monsaraz, e Clara Casado Guião natural da vila de Montoito e neto materno de Filipe Guião natural da freguesia de São Tiago do Escoural, termo de Montemor-o-Novo (também consta ser natural da freguesia de São Brissos), e de Maria Rosado natural da freguesia de São Vicente de Valongo, termo da cidade de Évora.
Sabe.-se que o Dr. **João António Inácio de Abreu Sousa Guião **foi um liberal convicto defensor acérrimo da causa realeza, um dos primeiros que na província do Alentejo aclamou a monarquia constitucional sendo condecorado com a medalha dos direitos de Realeza mas que terá falecido antes das guerras liberais (1832- 1834) a julgar pela noticia de um testamento de sua esposa (viúva) datado de 18 janeiro de 1823, a seu filho António Joaquim Abreu Moniz Guião,natural da vila de Mourão.... (1)
Foi proprietário e morador na casa de família localizada na praça da Republica em Mourão , cuja fachada comporta o brasão da familia Abreu.
Há noticia de uma carta de arrematação de um ferragial , em hasta pública pela quantia de 99 mil réis (4-12-1794), situado na Travessa dos Pinheiros, próxima da porta de São Bento, em Mourão, e também do traslado de uma escritura de compra e venda de uma courela, situado na Ameada, que José António Vidigal lhe vendeu pela quantia de 900 mil réis (28-7- 1813)... (2)
Foi dono e senhor da herdade** do Airozo e da herdade dos Pássaros no termo da vila de Mourão ,**conforme testemunha um requerimento dirigido ao rei , D João VI, para autorização de edificações de 60 fogos nas respetivas herdades. (3)
No respeitante a herdade dos **Passaros **lê-se o seguinte:
«(...) Na erdade dos Passaros , de que sou Senhorio no Termo da Villa de Mourão, me ofereço, a edificar de novo hum lugar de 20, ou 30 fogos em sitio acomodado e próprio que tenha boa e bastante agoa para o uzo os seus moradores.darei parte da mesma Erdade que não é pequena pois terá de circunferencia legoa e meija pouco mais ou menos para coitada do gado dos ditos moradores, os quais poderão viver;huns de cultivar terras dentro da Herdade, onde há terras incultas que até agora só tem servido para pastagem e em outras vezinhas; outros poderão plantar vinhas e mais fazendas de regadio para o que há na Erdade alguns vales bons com agoa nativa, cuja terra lhes aforarei muito modicamente; e outros finalmente poderão viver do seu trabalho, pois na villa e Mourão que lhe fica distante trez quartos de legoa há muita falta de Jornaleiros para toda a quantidade de serviço alem da villa o lugar que lhe ficará mais próximo he a Aldeija da Luz do mesmo termo, que ficará distante um quarto de legoa, e todos os mais lugares e Villas daquele continente lhe ficam em distancia de duas legoas e d’hi para sima.
Nº das Cazas que são nacessarias para cada cazal
Huma Caza a que no Alentejo chamão a Caza dianteira que
Que deve ser mais pequena.
Outra casa em que soto de lado
Mais duas Casas em que durmão o casal e familia se tiverem, e mais pequena chamada Alcova.
Mais uma casa para porem a sua abiguaria
Mais uma casa para algum criado.
Mais junto a esta a cabana para o gado
Mais uma cavalariça para alguma besta
Mais um quintal pequeno
Cujo casal poderá custar, pouco mais ou menos quatro centos mil réis.»
Sabe-se que, naquele tempo, houve um aumento populacional a nível concelhio, havendo portanto necessidade de arranjarem trabalho. Esta teria sido a primeira razão, e segunda é que muita gente desejava aforar título para uma casa. Supostamente, a realização deste projeto foi um forte contributo para a ampliação da aldeia da Luz com mais 20 ou 30 casas, e aumento da sua população com novas familias selecionadas e capacitadas para o árduo trabalho de arroteamento daqueles terrenos incultos e matosos, tirando deles o seu sustento e proveitos suficientes. Assim, a pouco e pouco, teria sido construída e aumentada a simpática e laboriosa comunidade da antiga aldeia da Luz.
(4)-Brasão de armas –
material-mármore, assente em cartela decorativa
época: século XVII/ renascença
família: Abreu
construção: habitação antiga familia Abreu
localização:Praça da republica , vila de Mourão
conservação: muito bom estado
classificação: heráldica de família
escudo: de fantasia
formato: esquartelado
Leitura: I -Abreu; II - ?; III - ? e IV - Abreu
Elmo: frontal, com grelha fechada
Timbre: de Abreu
Texto: Francisco Capelas
Fonte:
(1)-Digitarq. Arquivos.pt-testamento
(3)-Digitarq. Arquivos.pt-requerimento
(2)- int- Arquivo da familia Rosado Fernandes
(4)-Túlio Espanca
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