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O CASTELO DE MOURÃO E AS SUAS FORTALEZAS

 

Fortaleza de Mourão


A Fortaleza de Mourão é o conjunto das estruturas militares de carácter defensivo constituído pela cerca medieval (Castelo de Mourão) e pelos elementos abaluartados, de planta em estrela irregular, construídos no século XVII: baluartes, revelins, fosso e cortina, que constituem o designado Forte de Mourão (DGPC).
A adaptação do castelo medieval é feita no contexto militar da Guerra da Restauração entre Portugal e Espanha (1640-1668), para permitir, por um lado, a utilização da artilharia por parte dos defensores e, por outro lado, a defesa contra os projécteis da artilharia inimiga.
Assim, além do castelo, a fortaleza de Mourão passa a contar com 4 baluartes (1 em cada canto da cerca medieval), 3 revelins e um fosso delimitado por uma muralha com o exterior em esplanada (rampa de terra compactada) cuja construção se inicia em 1558.
A defesa da fortaleza de Mourão contava ainda com torres de atalaia (de vigia) erguidas em alvenaria, das quais hoje quase nada resta: Atalaia de Cuncos, Atalaia das Ferrarias, Atalaia da Ameada Alta, Atalaia do Meio, Atalaia da Abegoaria e Atalaia da Coxa.




O CASTELO DE MOURÃO E AS SUAS TRAVESSAS MEDIEVAIS



O Castelo de Mourão está situado num ponto elevado de onde alcança, para todo o lado, uma enorme extensão que permitia preparar com antecedência a sua defesa em caso de ataque do inimigo. Este documento sem nenhum rigor histórico ou documental pretende apenas constatar uma realidade que existe em volta do nosso Monumento mais emblemático.
À sua volta existe um grande número de tapadas, que são parcelas de terreno vedadas com muros de pedra em todo o seu perímetro à exceção de uma pequena parte que servia de entrada para o acesso à propriedade.
Estas tapadas eram servidas por uma rede de travessas que permitiam aos proprietários a sua mobilidade de e para o Castelo e, ao mesmo tempo, o transporte dos produtos que eram produzidos em cada uma daquelas parcelas. Serviam ainda para em caso de ataque a fuga imediata para o interior do Castelo.
Estas travessas eram conhecidas por um nome, ou porque davam acesso a uma propriedade de um senhor mais conhecido ou ainda de pessoa mais importante. Destes nomes destaco um pelo nome que era conhecida, a travessa do padre Juan (Guan), talvez porque fosse espanhol ou descendente de espanhóis, travessa da Fonte das Bicas, por levar as pessoas directamente para aquela fonte (poço).
Neste conjunto de vias de comunicação havia 3 ou 4 travessas que se destacavam pelo seu comprimento: A travessa que ligava o Castelo ao Convento do Alcance e a um moinho que ali deveria ter existido pelos vestígios visíveis no local (antes do enchimento da Barragem do Alqueva), que se situava perto deste Convento, a travessa que ligava o Castelo aos olivais para o lado do Guadiana (a travessa do Padre Guan). Esta ligava ainda a algumas hortas que ficavam para estes lados, nomeadamente para perto do Ribeiro das Vinhas, a travessa que ligava o Castelo ao moinho da Albufeira, mais tarde para obter a farinha para fabricar o tão necessário pão que era a base da alimentação do pessoal nesta zona. As outras travessas, mais curtas tinham ainda ligação aquelas maiores. Era uma rede com ligação entre elas para o escoamento dos produtos e uma rápida fuga em caso de necessidade.
"Texto e fotos de Joaquim Frasco"

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